quinta-feira, 14 de março de 2013

Gostaríamos de compartilhar um artigo que elaboramos na disciplina de Introdução à Educação à Distância


A ATUAÇÃO DOS GESTORES DA COORDENADORIA INSTITUCIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (CIED) NO CAMPUS A.C SIMÕES
Francynne Lima[1]
Gilliane França[2]
Laura Antunes[3]
Rayanna Alvim[4]
Rosilene Ferreira[5]
Suany Priscilla[6]
Resumo:
Este trabalho é fruto de uma pesquisa de campo, cujo objetivo geral é mostrar como se organiza o funcionamento dos gestores da Coordenadoria Institucional de Educação à Distância (CIED) no campus A.C Simões – UFAL na qual assume papel de incentivar o ensino à distância, pois ultimamente está sendo uma das formações mais recomendadas, é valorizada assim como a formação presencial. Hoje cada vez mais ela é utilizada em programas que complementam outras formas tradicionais, é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial. Assim, a base teórica abrangeu cinco questões: O que é EaD?, como surgiu no Brasil?, a atuação da EaD em Alagoas,  relação professor – aluno e os resultados da pesquisa. É importante enfatizar que as tecnologias de informação e comunicação são adotadas com o objetivo de facilitar o processo de ensino aprendizagem e estimular a colaboração e interação entre os seus participantes.

Palavras – chave: Educação á distância - Modalidade de ensino - Tecnologias da informação - Ensino aprendizagem.

Abstract:
This work is the result of a field study whose general objective is to show how to organize the functioning of managers Institutional Coordinator of Distance Education (CIED) Campus AC Simões - UFAL in which assumes role to encourage distance learning because lately being one of the most recommended formations, is valued as well as classroom training. Today it is increasingly used in programs that complement other traditional forms, is seen by many as an alternative mode of education that can complement part of regular classroom teaching. Thus, the theoretical basis covered five questions: What is distance learning?, As emerged in Brazil?, The performance of DE in Alagoas, teacher - student relationship and search results. It is important to emphasize that the information and communication technologies are adopted in order to facilitate the process of teaching and learning foster collaboration and interaction among its participants.

Keywords: Education at distance - Mode of teaching - Information Technology - Teaching learning.


1.    Introdução

            O interesse pela temática surgiu por conta de um estudo de campo, obtendo como fontes de pesquisa a Coordenadoria Institucional de Educação á Distância. O trabalho proporcionou um contato direto com uma instituição que exerce funções relacionadas aos processos educativos, onde acredita que a educação pode ultrapassar os limites de uma instituição formal, a escola.
            A EAD na UFAL inicia em 1998, no Centro de Educação, através das ações do Programa de Assessoria Técnica aos Municípios Alagoanos (PROMUAL) junto aos municípios alagoanos, com o objetivo de viabilizar uma formação em nível superior, capaz de tornar real a possibilidade de qualificar professores da rede pública, diminuindo o grave quadro de menos de 10% dos professores terem graduação e a maioria serem leigos ou terem formação em ensino médio.
            A UFAL apresenta necessidades da criação de novos processos formativos, junto ao seu corpo docente, ampliando a utilização das TIC incorporadas às práticas pedagógicas nas atividades dos diversos cursos e também formar professores para trabalharem em ambientes virtuais de aprendizagem, utilizando objetivos virtuais de aprendizagem.
            Acreditando que o ato de educar acontece em vários espaços da sociedade, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN) 9394/96, em seu artigo primeiro:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolve na vida familiar na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

            Enfatizamos a disciplina de “Introdução a Educação a distância”[7] ofertada como disciplina eletiva no curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas ampliou nossos conhecimentos sobre a temática e tornou possível uma experiência acerca do funcionamento e organização de uma Coordenadoria de Educação á distância.
            Foi necessário a utilização de um questionário contendo sete questões, onde tratavam desde quantos alunos se formam em média na modalidade e se existe algum tipo de preconceito. A partir deste questionário foi possível fazer a coleta de dados e analisá-los. Este estudo nos ajudou a entender como se dá o funcionamento da prática relacionando-a com a teoria.


2.    O que é EaD?

A EAD é considerada uma modalidade de ensino que vem agregando vários recursos tecnológicos que são utilizados para construir forma de trabalhar, pensar, pesquisar e educar, estabelecendo uma comunicação entre os alunos, e professores fora da sala de aula, em um momento de estudo no ambiente virtual, oferecendo aos participantes suportes e estrutura para autonomia no processo de aprendizagem.
             Essa modalidade de ensino não é nova, pois é conhecida desde o século XIX, mais somente nas ultimas décadas que ouvimos falar com frequência nesta educação. O surgimento a Educação a distância foi a partir da necessidade dos alunos, pois muitos não podiam frequentar diariamente a instituição de ensino, de forma presencial, foram tais questões que influenciaram um avanço para o ambiente educativo com o auxilio das tecnologias. É uma alternativa para atender a demanda educacional em nosso país e nos outros também, com educação inicial e continuada, ajudando aqueles que não podem estar presentes no campo educacional, mais a distância ampliando seu repertório de conhecimentos em grande velocidade, já que acompanha os recursos tecnológicos que cresce a cada dia.
            É importante que o ambiente virtual escolhido possibilite uma relação entre professor-aluno de interação, pois os pilares da formação a distância são a comunicação e interação, trocar informações e obter respostas do que está em discussão é muito importante, pois traz significado para a aprendizagem sobre a mediação exercida. A internet é um dos principais recursos para mediação da EAD, ao possibilitar interação rápida entre todos os envolvidos.
            O ensino não presencial vem mobilizando muitos sujeitos, pois é um ensino que traz resultados de saberes como qualquer outro presencial, as novas tecnologias vêm ganhando cada vez mais um espaço maior, com aproveitamento destes suportes no campo educacional. O preconceito relacionado a educação a distância existe, e pode continuar existindo embora já tenha diminuído bastante, pois sempre irá existir sujeitos que não acreditam em um avanço, onde o saber só é aprendizado de forma tradicional, professor perto da lousa ensinando e alunos sendo ouvintes em corpo presente.
As tecnologias querem quebrar tal conceito e vieram trazendo um novo cenário, onde a aula já não precisa ser somente mediada em uma sala com paredes, quadro e cadeiras, e sim em um ambiente virtual. Buscar aprendizado através de muito esforço e trabalho, por meio de muitas pesquisas e resultados constitui a educação virtual. Enfim trata-se de um compartilhamento de saberes, habilidades e atitudes, obtendo organização, atualização de dados para o desenvolvimento de um bom trabalho. É ensinar e aprender.

3.    Como surgiu no Brasil?

A Educação a Distância, com sua forma embrionária e Empírica, é conhecida desde o Século XIX. Porém somente nas ultimas décadas ela vem mostrado grande avanço, foi daí que começou a fazer parte das atenções pedagógicas.  Esta modalidade surgiu com o intuito e necessidade de se obter um preparo profissional e cultural mais elaborado e aprimorado com novas tecnologias, para atender também a demanda de pessoas que gostariam de participar destas formações e por vários motivos, não podiam frequentar estabelecimento de ensino presencial. Portanto evoluiu com como Tecnologias available los cada momento histórico, como cais Quais d'Orsay influenciam o Ambiente educativo e a Sociedade.
A Educação a Distância brasileira é uma novidade que vem causando dúvidas quanto a sua eficiência, porém apesar das duvidas tem nos mostrado grandes resultados positivos. Desde a fase de implantação até o momento, algumas iniciativas de Educação a Distância tiveram sucesso e outras não. Embora não haja, uma especificidade ou uma regra tradicional dessa modalidade educativa, ela já se fez presente no processo educacional brasileiro, em instituições públicas e privadas.
Em nosso pais , o início da Educação a Distância não está relacionado, nem faz associação com ao material impresso, e sim ao rádio. Sartori (2002) aponta a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, por Roquete Pinto, que foi como o marco no inicio da Educação a Distância. E seu objetivo  era poder utilizar o rádio como forma de ampliação do acesso à educação, ou transmitindo programas de literatura, radiotelegrafia e telefonia, de línguas, de literatura infantil e outros de interesse que pudessem beneficiar toda sociedade. A emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936, e no ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação (ALVES,1994).
Segundo Alves,
Inexistem registros precisos acerca da criação da Educação a Distância no Brasil. Tem-se como marco histórico a implantação das “Escolas Internacionais” em 1904, representando organizações norte-americanas. Entretanto, o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra na primeira edição da seção de classificados, anúncio oferecendo profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que faz com que se afirme que já se buscavam alternativas para a melhoria da educação brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento inicial da Educação a Distância. (1994, p.27)

            Após o passar dos anos muitos acontecimentos foram registrados na Educação a distancia no Brasil, onde podemos nos perguntar onde esta o ensino superior? Quando começou? Em que momento da história brasileira a Educação Superior a Distância surgiu? Foi na década de 70, onde ocorreu uma das primeiras experiências com Educação Superior a Distância que foi na Universidade de Brasília, oferecendo cursos na área de ciências políticas. Porém, somente no fim da década seguinte foram credenciadas as primeiras universidades brasileiras para desenvolver cursos superiores de graduação. A Educação a Distância (EAD) é um recurso muito importante para atender a grandes necessidades dos alunos de forma efetiva e sem riscos que possa reduzir ou afetar a qualidade do ensino.

4.    A atuação da EaD em Alagoas

A EAD é uma modalidade de ensino que vem crescendo cada vez mais em Alagoas, com o intuito de melhorar a qualidade da formação de professores da rede pública de ensino e de suprir de outra forma a carência de educadores envolvidos com a formação superior.
Atualmente todas as Universidades Federais estão autorizadas pelo menos em nível experimental para atuar com o ensino à distância, a grande vantagem desses cursos é a flexibilidade que o aluno tem de ter um tempo maior para seus estudos e trabalho.
O modelo de aulas é geralmente por tele-conferências, onde o professor se comunica através de aulas transmitidas por satélite, atividades disponíveis pela web, que são mais utilizadas na formação de professores, é um assunto novo e de muito impacto na educação.
O custo dos cursos e a autonomia em relação ao tempo são os maiores atrativos para os alunos, inclusive o quesito eficácia também é um grande ponto a favor do curso à distância, as aulas costumam ser realizadas em prédios ou salas de colégios que possuem tempo livre, normalmente no horário da noite.
As instituições e os cursos que oferecem tal modalidade estão sendo mais valorizadas devido ao espaço que está conquistando na educação, visto os números são positivos e alguns cursos têm maior retorno do que o presencial como o curso de Física na Universidade Federal de Alagoas.


5.    Relação professor – aluno

            Em tempos de informatização, o mundo digital, virtual, com cursos de formação profissional feitos na modalidade à distância, sabe-se que as aulas são oferecidas através da internet sendo que algumas vezes podem ser ofertadas através da internet, mas algumas vezes é necessária a presença do aluno na faculdade para realizar aulas experienciais ou provas. Então surge a seguinte questão como manter a relação professor aluno se ambos matem contato apenas contato pelos meios virtuais? Será que o professor tem possibilidade avaliar o desempenho de cada aluno, como nos cursos presenciais?
            A principal característica de alunos que cursam o ensino à distância é o senso de responsabilidade, a autogestão, pois não há a obrigatoriedade de comparecimento nas salas virtuais, embora hoje muitos cursos exijam a participação do aluno no momento exato de algumas disciplinas. Há aspectos que devem ser relevantes e que os professores, por sua vez, devem considerar importantes, que são características próprias desses alunos:
            O aluno, geralmente, não possui tempo nem horários fixos para participar das aulas;
            Idealiza um curso que não o prenda, mas que dê a alternativa de ser flexível quanto ao deslocamento e ao tempo disposto; É possível que esse aluno more em uma localidade que não tem uma universidade ou que as mesmas são muito longe de sua casa; Os recursos financeiros do estudante podem ser limitados, preferindo pagar um curso mais barato; Pode ser uma pessoa portadora de necessidades especiais, como cadeirante, deficiente auditivo, etc. Contudo, é necessário que o discente seja, uma pessoa ativa, esforçada, dedicada e que tenha grande capacidade de compreensão, podendo contar com recursos próprios para a aprendizagem.
            Há também as responsabilidades que ficam por conta dos alunos, como a responsabilidade e o compromisso com os estudos. De nada adianta o professor criar uma grade curricular atrativa, preparar aulas dinâmicas e interativas, se o aluno não se esforça para vencer cada obstáculo, cada etapa, nem tampouco inclui os estudos em sua rotina.
            Os recursos de informática também são considerados importantes. O aluno deve ter internet de banda larga, comandar determinadas técnicas de navegação, ter domínio dos programas que o curso utiliza e ter os mesmos instalados em seu computador, além das caixas de som, webcam, meios de impressão e outros. É importante que os alunos participem das atividades propostas, a fim de manter relacionamento com outros estudantes e com os professores, que podem sanar suas dúvidas no exato momento das aulas.
            Não é por estarem distantes que o relacionamento fica impossibilitado. Pelo contrário, professor sempre atendem com muita disposição os alunos interessados, até mesmo pelo telefone. E para que tudo dê certo, que a formação seja de sucesso e o aluno atinja os objetivos esperados, ambas as partes devem cumprir com o seu papel: professores, alunos e a própria instituição de ensino.
Assim percebemos também na Universidade Federal de Alagoas que a relação professor aluno ocorre com sucesso, temos contato direto com professores comprometidos com as relações existentes dentro e fora de sala.

6.    Resultados da pesquisa: Entrevista
Os resultados obtidos na pesquisa foram bastante satisfatórios, foram esclarecidas muitas dúvidas e desmanchado alguns preconceitos diante dessa modalidade de ensino, pois tem sido alvo de grandes polêmicas, promovendo debates entre seus defensores e opositores. Diante desse debate, é significante expor os trabalhos pedagógicos dessa modalidade, pois seu crescimento tem sido gigantesco merecendo assim a atenção de professores e pesquisadores.
De acordo com algumas informações obtidas durante a entrevista com os diretores da Coordenadoria Institucional de Educação à Distância (CIED) no campus A.C Simões – UFAL, Luis Paulo Leopoldo Mercado (Coordenador) e Fernando Silvio Cavalcante Pimentel (Vice coordenador) atualmente não existe um peso entre o curso presencial e o curso a distância. Os cursos à distância possuem os mesmos professores que no curso presencial, porém a estrutura é totalmente diferente. O curso a distância tem apresentado maiores resultados do que os presenciais, um exemplo é o curso de Física, sendo um dos melhores do nordeste e o material produzido para este curso é reconhecido nacionalmente, pois é utilizado por outras universidades, sendo também utilizado no curso presencial. No ano de 2012 foi realizada a primeira formatura- colação de grau com 185 formandos, sendo integrantes alunos de Pedagogia, Sistema de Informação e Física, Sendo o maior número de formandos no curso de Pedagogia. A formação à distância ultimamente está sendo uma das formações mais recomendadas, é valorizada assim como a formação presencial. A qualidade do ensino a distância obteve um valor significativo, também no ano de 2012 recebeu nota 4 no índice de qualidade, sendo 5 a nota máxima.
Existem grandes vantagens com essa modalidade, pois é explorada a autonomia do aluno, o educando se mostra interessado sempre, pois os estudos depende unicamente do seu esforço, e seu êxito será mediante ao seu empenho, o mesmo deve organizar seu tempo para poder cumprir as atividades no tempo proposto. As desvantagens apresentadas foram que os pólos de encontro podem ser localizados em áreas que sejam de difícil acesso para alguns alunos, e em algumas vezes a prefeitura não ajuda financeiramente a ida deste aluno para o pólo onde são realizadas as aulas presenciais, podendo ser aos sábados ou aos domingos, outro aspecto levantado em relação às desvantagens foi a religião, pois os alunos que de acordo com sua práticas religiosas devem guardar o sábado podem atrasar o curso ou até mesmo não conseguir a formação, pois as aulas presenciais na maioria das vezes são realizadas aos sábados, outra dificuldade é o aluno não obter contato com as tecnologias, ou não possuir este acesso frequente, pois é necessário já que a modalidade requer destes recursos para possuir sucesso. Tem municípios que a internet é muito lenta e até mesmo não é permitido o acesso a plataforma moodle.
A cada ano novas turmas vêm se formando e novos cursos se integrando a formação à distância, foram abertas em 2013 novas vagas incluindo curso de Pedagogia, Matemática, Ciências Sociais, Letras (Português e Espanhol), Sistema de informática, Geografia Licenciatura e Física.
No Estado temos 11 pólos, e em cada pólo 3-5 cursos, não tem nenhum pólo que ofereça todos os cursos. O mais procurado é o curso de Pedagogia, tendo em media 1000 alunos, e é o curso onde tem o menor número de desistência.
Não obtivemos dados baseados em estatísticas, pois existem alunos da primeira oferta devendo TCC ou alguma disciplina, deixando assim em andamento o processo de dados, que só poderá ser contabilizado após a conclusão de todos os alunos da primeira oferta.
Essa modalidade vem ampliando sua colaboração no aumento da demo­cratização do ensino e na aquisição dos mais va­riados conhecimentos, principalmente por esta se constituir de um instrumento apto a acolher um bom número de pessoas ao mesmo tempo, che­gar a pessoas que estão distantes dos locais onde são ministrados os ensinamentos e/ou que não podem estudar em horários pré-estabelecidos. Pesquisas mostram que a Educação a Distância ofe­rece oportunidades que pela modalidade presencial se­ria difícil ou impossível de atingir, pois possui uma ampla abrangência não so­mente no nosso país, mas em todo o mundo.


7.    Considerações Finais

            A definição de EaD como uma proposta inclusiva ainda precisa ser repensada como educação para o futuro, em que sua proposta não deve ser vista como saída para uma educação justa, mas como momento inerente ao que vivemos, hoje, no qual é um processo árduo, que precisa superar suas limitações a partir de uma legislação repensada não nos moldes que já temos, porém condizente ao momento em que estamos propondo um significado crítico-reflexivo ao que queremos.
            Vale resaltar que a EaD surgiu da necessidade do preparo do profissional e cultural de milhões de pessoas quer por vários motivos não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade.
            O processo de ensino aprendizagem quer presencial ou à distância requer um espaço interativo, confiável, onde a reciprocidade na construção do conhecimento é fundamental. Considerando a mediação enquanto princípio educativo, podemos viabilizar o processo no que se refere a sua potencialidade. A mediação como princípio educacional vem resignificar à prática docente, em particular, na EAD a presença de um espaço de mediações promove as competências do tutor a um significado de valores inerente a sua atuação.
            Assim, a educação à distância foi utilizada como recurso para superação de deficiências educacionais. Hoje cada vez mais ela é utilizada em programas que complementam outras formas tradicionais, é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial.
            Estudar à Distância possibilita uma maior flexibilidade nos horários e calendários do aluno, pois ele irá adequar suas tarefas e atividades ao seu tempo disponível.
            Além disso, há uma maior economia para o aluno que faz um curso à distância. Basta imaginar que ele não precisará se deslocar de carro ou de transporte coletivo com tanta frequência para o campus universitário. Isso pode parecer algo de pouco valor para moradores de pequenas cidades, mas para alunos de grandes metrópoles e para aqueles que moram em cidades distantes ao campus universitário faz um enorme diferença.
            Porém, para muitas pessoas a falta de convívio com outros alunos na forma presencial é considerada uma desvantagem. É certo que o aluno, por ser o principal agente no processo ensino-aprendizagem à distância, deve aprimorar uma série de características, que sem as quais terá seu desempenho realmente comprometido.            Na Educação à Distância, o aluno precisa ser disciplinado e organizado; precisa estar disposto a crescer pessoal e profissionalmente e, além disso, tudo necessita dominar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC`s).
            Portanto, pode-se notar a importância da utilização das ferramentas computacionais em sistemas de EaD, pois possibilitam maior interação entre os professores, os tutores e seus estudantes. Entretanto, é indispensável ter conhecimento dos pré-requisitos que estão associados a cada recurso, bem como sobre as recomendações e os problemas relacionados ao seu uso, para se ter o melhor aproveitamento possível das ferramentas.

8.    Referências

Disponível em: http://www.ufal.edu.br/cied/historico Acesso em : Janeiro  2013.

Disponível em: www.eca,usp.br/prof/moran/avaliacao.htm Acesso em Janeiro: 2013.

LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação à distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997.
 
PIMENTEL, Nara Maria. Conceitos de EaD. In: PIMENTEL, Nara Maria. Educação à Distância. Florianópolis: SEAD/UFSC, 2006. P. 9-35.



[1] Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: francynnelima@hotmail.com

[2] Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: gigi.loved@hotmail.com       

[3]Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: keka_lj@hotmail.com

[4] Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: rayannaalvim@hotmail.com

[5] Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: rosy_tricolor@hotmail.com

[6] Graduanda do 7º período vespertino do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Email: suanypriscilla@hotmail.com


[7] Disciplina ministrada pela Professora Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas (1982) e mestrado em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Alagoas (2003). Cursando doutorado em Educação Currículo na Pontificia Universidade Católica de São Paulo na linha de pesquisa Formação de Professores e Paradigmas inovadores. sob a orientação do Prof. Dr. Marcos Masetto. Professora Asssitente da Universidade Federal de Alagoas, coordenadora de Tutoria/UFAL/UAB. Professora da disciplina de Seminário de Aprendizagem no Curso de Especialização em Mídias na Educação. MEC/UFAL. Leciona na graduação no Curso de Pedagogia do Centro de Educação/UFAL Tem experiência na área de Educação, com ênfase em CAPACITAÇÃO EM EAD, atuando principalmente nos seguintes temas: FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM, TUTORIA ONLINE. Atua na equipe de formadores da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoa da UFAL na área de Tecnologia de Informação e Comunicação e Docência Superior.

OBSERVANDO UMA CRIANÇA


A observação foi realizada conforme os requisitos estabelecidos, isto é, por meio de um vídeo, a criança foi observada durante duas (2) horas, a mesma atribui a idade de três (3) anos. Foi observada realizando atividades e brincadeiras onde demonstrou tranquilidade nas atividades, e em toda a observação ficou bastante a vontade.

A criança observada chama-se Sarah;
Tem três (3) anos  de idade;
Estuda em uma escola privada próxima a sua residência;
É filha única;
Já faz seu nome e conhece algumas palavras citando as letras.
Sarah, é uma criança que possui uma boa dicção;
Atenta as atividades escolares;
Possui um bom rendimento escolar;
Brincalhona;
Muito esperta;
Boa memória.

De acordo com sua idade ela se enquadra nos seguintes estágios de Wallon e Piaget:
Wallon: Estágio sensório-motor (1 a 3 anos) intensa exploração do mundo físico; predominância das relações cognitivas com o meio; desenvolvimento da inteligência prática e da função simbólica. Personalismo (3 a 6 anos) construção da consciência por meio das interações sociais; predominância das relações afetivas. Indiferenciação entre inteligência e afetividade.
Piaget: Pré-operacional (2 aos 6 - 7 anos) Construção da capacidade de efetuar operações lógicas-matemáticas; dificuldade com a questão da reversibilidade.

A criança está inserida em uma etapa de exploração, pois se encontra em uma fase simbólica onde os signos expressam por si, e sua linguagem mostra marcas de imitação.
De acordo com a observação realizada a criança se apresentou dados mais compatíveis com a teoria de Vygotsky, relacionando a Zona de Desenvolvimento Potencial, que a criança precisa de um apoio para realizar suas atividades, e em momentos apresenta a zona de desenvolvimento real, onde se demonstra autônomo, onde se desenvolve sozinha, e não precisa de apoio.

(*) Trabalho realizado pelas alunas Gilliane França, Pamela Polyana, Rosilene Ferreira e Suany Priscilla, sob orientação da Prof. Ms. Andreza Fabrícia.




quarta-feira, 13 de março de 2013

TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE DA OBSERVAÇÃO DE UMA BRINCADEIRA


TRANSCRIÇÃO DA BRINCADEIRA OBSERVADA

Após o término das atividades na sala de aula do maternal da Creche Kyra Maria Paes, a professora liberou as crianças das crianças observadas para brincar no pátio no horário do intervalo. As crianças se dividiram em grupos, sendo estes: individuais, duplas e grupos maiores, onde começaram a brincar. (Pular, correr, andar, passear, gritar etc.)
Então as crianças dirigem-se para o pátio onde os brinquedos estavam espalhados, os quais não pertencem aos alunos, e sim à instituição. Quando cada criança começa a pegar os brinquedos e se espalham pelo pátio. Podemos dizer que a brincadeira observada teve 2 (dois) momentos: No primeiro momento os alunos participantes são Ana* e Lucas*[*], daí, começam a brincadeira.

 Lucas brinca com seu brinquedo, enquanto Ana no banco atrás do colega arruma seus materiais, colocando suas bolsas e guardando objetos dentro das mesmas, colocando uma em cada lado para carregar.

 Ana segura a parte trazeira de uma, caçamba colocando uma cestinho dentro.

Então, Ana sai gritando: “- Olha a bacaxeira!!!”

Logo oferece a Lucas que está sentado no chão. Lucas pega o que Ana lhe oferece.

Ana dá alguns passos a frente e volta a oferecer a Lucas: “- Tome bacaxeira! Tome bacaxeira!”.

Lucas pega novamente o que Ana lhe ofereceu. Então Ana o observa e após sai passeando pelo pátio.

Quando Lucas a surpreende gritando: “- Quer caxeira!!!” Ana volta rapidamente para perto do colega e entrega o que lhe pediu. Lucas leva a que Ana lhe entregou até a boca: “- Ahum...”
Ana sai novamente. Quando o garoto grita mais uma vez: “- Quer caxeira!” A menina entrega ao colega o que lhe pediu calmamente. E Lucas leva o que tem nas mãos até a boca.

 Daí surge o segundo momento da brincadeira, onde os alunos participantes são: Ana*, Pedro*, e Bia*.

Ana sai para o pátio. Quando oferece o que traz para outra criança: “- Bacaxeira! Olha a bacaxeira!”.

Pedro a quem a menina ofereceu no pátio, não aceitou: “- Quer não”. Voltando a brincar sozinho. Ana sai e passa por Lucas e o oferece: “- Bacaxeira! Olha a bacaxeira! Quer bacaxeira!”.

Estendendo a mão para Lucas diz: “- Quer?” Lucas logo responde: “- Quer”.

Bia se aproxima de Lucas, e Ana logo pergunta: “- Quer bacaxeira, quer”?

Bia responde acenando positivamente com a cabeça. As duas crianças, Bia e Lucas aceitam levam a boca.

Por fim, a brincadeira termina do mesmo modo que começou espontaneamente.  Ana volta a passear no pátio, quando encontra Maria, sendo assim largos os objetos que carregava na brincadeira anterior, e então começa uma nova brincadeira com sua colega.



ANALISE DA OBSERVAÇÃO DA BRINCADEIRA

Para Vygotsky (1984), os elementos fundamentais da brincadeira são: a situação imaginária, a imitação e as regras. Segundo ele, sempre que brinca, a criança cria uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser, inicialmente, a imitação de um adulto observado. Assim, ela traz consigo regras de comportamento que estão implícitas e são culturalmente constituídas.
O brinquedo do qual se refere Vigotsky é a brincadeira imaginária que a priori trata-se de uma representação da realidade, ou seja, é a memória em ação. Na brincadeira observada, as crianças representam uma situação comum no meio em que vivem.
É importante ressaltar que o brinquedo no mundo ilusório criado pela criança que é genuinamente simbólico, não é diretamente o objeto, mas a atividade de brincar que tem como característica principal a criação de uma situação imaginária baseada em regras de comportamento. Isto foi observado nas ações das crianças de oferecerem insistentemente em voz alta os produtos que conhecem serem vendidos deste modo, bem como o fato de, figuradamente, entregar algo (o produto) e/ou receber algo (o dinheiro).
A brincadeira de faz-de-conta é muito importante e tem desenvolvimento próprio. A criança transita do domínio das situações imaginárias para o domínio das regras. A essência da brincadeira de faz-de-conta é a criação de uma nova relação entre o significado e a percepção, ou seja, entre o pensamento e o real. Neste contexto, Vygotsky enfatiza o objeto como o pivô da brincadeira e que ao brincar de faz-de-conta, a criança representa papéis e relações do mundo adulto.
Diferentemente de qualquer outro objeto, o brinquedo não tem uma função determinante, ele permite a criança fazer uso da imaginação, utilizar o faz-de-conta, e embora o objeto tenha sua imagem, ela não o limita a um único pensamento, único princípio, mas sim a capacidade de criar. A criança possui no brincar um caráter simbólico, porque ela coloca significados do brincar, isto é, ela cria situações.
Desta maneira, a imagem que o brinquedo traz, faz com que a criança associe a ação presenciada ou vivenciada, lhe reproduzindo ou a imitando, modificando-as na forma como ver o mundo por meio da ficção. Por isso, não podemos só levar em conta as ações do real, mas também a imaginação, pois é através dela que a criança representa o mundo a sua volta. Dificilmente as crianças representariam essa situação imaginária se não presenciassem situações similares (vendedores de algodão doce, de macaxeira, de frutas, etc.).
            A imagem do brinquedo sintetiza a representação que uma dada sociedade tem da criança, isto é, uma imagem do mundo destinada à criança e que esta deverá construir para si própria.  O brinquedo não só condiciona a ação da criança, mas também oferece um suporte determinado que ganhará novos significados  através da brincadeira.
            O brinquedo é formado pelo domínio do valor simbólico sobre a função, ou para ser mais fiel ao que ele é a dimensão simbólica torna-se a função principal. Contudo trata-se de um objeto que a criança manipula livremente, sem estar condicionado ás regras. Porém, a brincadeira pode ser considerada como uma forma de interpretação dos significados contidos no brinquedo, sendo assim, a brincadeira é uma atividade livre e que não pode ser delimitada. Ele socializa a criança o desejo através da brincadeira. Contudo, o brinquedo se insere na brincadeira através de uma apropriação, ou seja, deixa-se envolver pela cultura lúdica disponível, usando praticas de brincadeiras anteriores.
O brinquedo possui seus traços próprios, no qual a sociedade que cria e estabelecem os sentidos destes objetos, o mesmo aparece como um suporte no desenvolvimento infantil, pois o brinquedo é também um suporte para a representação das crianças, é um objeto lúdico onde as sociedades e sujeitos que o manipulam podem criar significados diferentes para um mesmo objeto.
O brinquedo tem a função de despertar o fazer de conta da criança, possuindo assim imagens que darão sentidos as ações destes sujeitos. O brincar da criança traduz significados, onde a função principal do brinquedo é o valor simbólico atribuído, no brinquedo o valor simbólico é a função, está explícito no valor que a criança estabelece, não na ação que ela constrói, ou seja, no que ela realiza.
 O brinquedo é um objeto infantil, no qual a criança manipula livremente, é através dele que ela estimula a brincadeira e esta não pode ser estimulada. Assim, a brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto, de cultura, ela pressupõe uma aprendizagem social, isto é, a criança aprende-se a brincar. 
A criança é um ser representativo, a todo o momento elas criam, e reproduzem cenas. A brincadeira se tornou um tema de grande debate entre vários teóricos importantes, utilizando critérios diferenciados para as atividades infantis.
A atividade chamada de brincadeira observada pode se enquadrar no perfil de uma atividade de 2°grau, onde no 1° grau a criança realiza ações como comer, trabalhar, se vestir, coisas cotidianas, observamos uma atividade de faz de conta, uma ação de 2° grau, aquela que se assemelha ao cotidiano, onde ocorre mudanças nas ações, que são os sentidos e o domínio dado para as crianças.
A brincadeira surge como um comportamento derivado de outra atividade que se atribui significado. As crianças brincam porque decide brincar, utiliza um critério de decisão, decidindo assim o que fazer cria o mundo imaginário, o mundo que pertence ao 2° grau, o que é fora da realidade. A decisão é muito complexa, implicando se é noite ou dia, qual é a hora que acontece a cena, se é hora de comer ou não, decide os personagens da brincadeira e como deverão agir na mesma.
A brincadeira se transforma através da imagem que temos sobre o mundo, a mesma não pode medir sua direção, pois não sabemos onde e qual direção irá tomar, as crianças que iniciam o jogo, a brincadeira que os papeis que representam, ou representarão, as suas ações em geral, todas as atitudes das crianças envolvidas obedecem aos comandos das mesmas. Em todo o processo da brincadeira os significados são atribuídos.
É através da brincadeira que a criança explora, decodifica, interpreta e vai estabelecendo seus significados. A experiência da brincadeira é o uso do símbolo, o uso de um abjeto muda todo o contexto da ação praticada, o mesmo uso de um mesmo objeto em uma brincadeira para a criança é a união de uma figura essencial em seu convívio, que foi separada naquele momento, não está presente concretamente e somente de uma forma abstrata. É o objeto que traz o símbolo desta união abstrata para uma união concreta.
As hipóteses as experiências vivenciadas por estas crianças é fornecer uma continuidade de conteúdos culturais e pessoais, partindo assim para a brincadeira, o qual é o inicio já que com a pouca idade e experiências prévias não conhecem os jogos que estabelecem regras. A criatividade começa no brincar que é manifestado na ação que se realiza, a brincadeira.
A criança não somente possui uma cultura aleatória, não ocorre uma simples imitação, ocorre assim uma modificação do que se viveu. Quando as crianças brincam entre si podemos observar, que estas crianças estão criando uma brincadeira de pares, uma cultura criada entre pessoas que participam de uma mesma situação.
O faz de conta está dentro da brincadeira, pois a criança interpreta , brinca, fazendo representação de papeis. Com a concepção de o mundo adulto as crianças no brincar, em seu faz de conta usam e expandem de acordo com a reprodução, articulando características locais, reais, é frequente o uso das rotinas nas brincadeiras das crianças.
É por meio do faz de conta que as crianças buscam suas contradições, as mesmas lidam com regras e ficções e o desejo de expressar o real. Na linguagem do símbolo a criança constrói elementos cognitivos e emocionais, reorganizando cenas e seus ambientes diferenciados, criando assim o espaço para a fantasia.
Ao mesmo tempo em que as crianças desenvolvem importantes habilidades, elas trabalham assim a importância de alguns valores da sociedade, assim examinam algumas características da sua vida cotidiana, interpretando diferentes personagens, são representações sociais que determinam valores de alguns eventos vivenciados por estes sujeitos.
As crianças podem construir brinquedos e cenários para utiliza-los em suas brincadeiras, tudo isto com a ajuda e auxilio do educador, o mesmo deve proporcionar sugestões, realizando ações que contribuam para isto. O professor é mediador e poderá contribuir para fantasia de seus alunos.

        Nesta fase os desejos e necessidades das crianças estão relacionadas principalmente as interações com os adultos, as atividades e funções acabam se transformando em atividades de faz de conta.
         No processo de construção de mundo a criança é vista como sujeito ativo produtora de cultura, que constrói significados. Brincar é um movimento essencial para a criança, a brincadeira faz parte de um universo, é uma forma com que a criança pode se descobrir, e se descobre muitas vezes, compreendendo assim o mundo que a cerca.   A criança vai transformando cada brinquedo ou cada brincadeira em um recurso de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BROUGÈRE. Gilles. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1997.
CORSARO, Willian A. A reprodução interpretativa no brincar ao “faz-de-conta” das crianças. Revista Educação, Sociedade e Culturas. Nº 17, 2002, p.113-134.
HADDAD, Lenira. Jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Mimeo
VIGOTSKY, Lev Semenovich. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 124-137.
WINNICOTT, Donald Woods. O brincar e a realidade. Rio de janeiro: Imago, 1975.





[*] Os nomes das crianças mencionadas são fictícios.
** Trabalho realizado pelas alunas Gilliane França Evaristo e Rosilene Ferreira da Silva, orientado pelo prof. Ms. Paulo Nin Ferreira.

Sugestões de artigos

1- O brincar na Educação Infantil
 http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2693_1263.pdf

2- A importância do brincar na Educação Infantil
http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios-cotidianos/arquivos/integra/integra_SILVA%20e%20SANTOS.pdf

3- Considerações sobre qualidade na Educação Infantil
http://www.scielo.br/pdf/cp/n119/n119a05.pdf

4- A LDB e as instituições de Educação Infantil: Desafios e perspectivas
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15%20supl4%20artigo1.pdf

5- A criança  e a cultura lúdica
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551998000200007&script=sci_arttext&tlng=e!n

6- Brincar e educação: concepções e possibilidades
http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v10n2/v10n2a08.pdf

terça-feira, 12 de março de 2013

Resenha do livro Brinquedo e cultura


Rosilene Ferreira[1]
            Brinquedo e Cultura trata-se de uma obra onde o brinquedo é um suporte entre tantos possíveis, isto é, o verdadeiro sujeito da pesquisa do desenvolvimento infantil. O brinquedo merece ser estudado por si mesmo, transformando-se em objeto importante naquilo que ele revela de uma cultura.
            Gilles Brougère é mestre de conferências e diretor do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Paris-Norte. Dirige, nesse departamento, um programa de formação em nível de 3º grau, único na França, consagrado à brincadeira e ao brinquedo. Graduado em Filosofia e em Antropologia, realiza pesquisas sobre o brinquedo e sobre as relações entre brincadeira, educação e a pedagogia pré-escolar. Nos últimos anos, vem desenvolvendo trabalhos de orientação acadêmica e pesquisas no Brasil, nesta área, sobretudo junto à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Suas principais obras são: Brinquedo e cultura (2007), Brinquedos e companhia (2004), Jogo e educação (1998) entre outros.
            A imagem do brinquedo sintetiza a representação que uma dada sociedade tem da criança, isto é, uma imagem do mundo destinada à criança e que esta deverá construir para si própria.  O brinquedo não só condiciona a ação da criança, mas também oferece um suporte determinado que ganhará novos significados  através da brincadeira.
            O brinquedo é formado pelo domínio do valor simbólico sobre a função, ou para ser mais fiel ao que ele é a dimensão simbólica torna-se a função principal. Contudo trata-se de um objeto que a criança manipula livremente, sem estar condicionado ás regras. Porém, a brincadeira pode ser considerada como uma forma de interpretação dos significados contidos no brinquedo, sendo assim, a brincadeira é uma atividade livre e que não pode ser delimitada. Ele socializa a criança o desejo através da brincadeira. Contudo, o brinquedo se insere na brincadeira através de uma apropriação, ou seja, deixa-se envolver pela cultura lúdica disponível, usando praticas de brincadeiras anteriores.
            A cultura lúdica dispõe de uma certa autonomia, de um ritmo próprio, mas só pode ser entendida em interdependência com a cultura global de uma sociedade especifica. A cultura lúdica não acontece do mesmo modo em todos os lugares onde a brincadeira é possível: na escola ou na sua casa, a criança utiliza aspectos diferentes de sua cultura lúdica. Sendo assim, a cultura lúdica está impregnada de tradições diversas, nela encontramos brincadeiras tradicionais no sentido escrito, porém talvez mais estruturas de brincadeiras reativadas, elementos, temas, conteúdos ligados à programação infantil ou á imaginação.
            É através do brinquedo que a criança entra em contato com o discurso cultural sobre a sociedade, realizado para ela, como é feito, nos contos, nos livros e nos desenhos animados. No entanto, é através do brinquedo que a criança se situa no universo do consumo, respondendo ás solicitações que lhes são destinadas, construindo uma estratégia diante da autonomia limitada que dispõe.
            A brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto, de cultura, ela pressupõe uma aprendizagem social, isto é, a criança aprende-se a brincar. 
            A obra é concluída falando em relação à aprendizagem da criança com a brincadeira, pois a mesma aprende justamente a compreender, dominar, e depois a produzir uma situação específica, distinta de outras situações.
            Portanto, a obra é indicada para educadores sociais que encontram no brinquedo como um instrumento fornecedor de representações, estimulando assim a brincadeira que proporciona a criança um estímulo a uma imagem, socializando dessa forma o desejo através da brincadeira.

Fonte: BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 7 Ed. São Paulo: Cortez, 2008.


[1] Graduanda do 7º período do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas.